segunda-feira, 18 de junho de 2018

O Design e o Consumo

“Num mundo em mudança permanente, o designer é chamado a antecipar problemas, definir estratégias, gerar oportunidades e liderar projectos multidisciplinares. Essa circunstância de ter que interagir com os diferentes intervenientes no processo coloca-o numa posição ideal dentro das empresas ou instituições para conduzir e articular processos de mudança” 
O design não têm nenhuma definição fixa de limites, ou um ideal a ser seguido. A sua transformação conceitual é constante, reflectindo as mudanças nas ideologias. 
Tanto o Design como os designers são, e têm sido, algo indispensável no sistema comercial moderno. O design pensa nas actividades de produção e consumo, nas necessidade e desejos da pessoas, entra no mercado com o objectivo de definir quem somos, através de imagens, materiais e artefactos. Nas interfaces da cultura com o design, a relação é significante. Se a cultura do consumo torna o design necessário, o progresso tecnológico torna-o mais e mais possível, assim, o design carrega uma mensagem tecnológica dentro de um contexto sociocultural. 
É através destas grandes influências que se observa o progresso do design, como por exemplo, com a evolução tecnológica e o avanço industrial, surgiram as câmaras fotográficas que, por sua vez, deram origem aos photobooks de hoje em dia. O photobook é apenas um dos vários exemplares de design da actualidade, sendo uma ferramenta que para muitos fotógrafos se tornou um veículo de exibição do seu trabalho, e da comunicação da sua visão para um público de massas. 
Um dos photobooks exemplares que desperta o percurso do design em Portugal, bem como o encontro desta geração de designers com o “novo modernismo” é o livro de Vítor Palla e de Costa Martins “ Lisboa, Cidade triste e alegre”, publicado em 1959, classificado como um dos melhores entre os muitos Photobooks do pós- guerra sobre cidades europeias. 
No contexto de avanço tecnológico, surge também o cinema no século XIX com os irmãos Lumiere, e é a partir da perspectiva do design que aparece a sensibilidade e necessidade estética neste. A preocupação estética começa a ser notável no cinema através do género, e é na década de cinquenta em que os géneros começam a ser uma demonstração de design contemporâneos, com artistas como Saul Bass, que inventou a tipografia cinética. 

“O design irá continuar a ser influenciado pelo consumo, pelo sistema de moda por identidades de todos os tipos e pela produção, seja industrial ou de bases artesanais, assim como continuará sendo sustentado por ideologias e discursos fora de seu controle. Isto é um movimento contínuo, embora seu futuro seja – como tudo mais significativamente influenciado pelo passado” 
LANDIM, Paula da Cruz: Design, Empresa, Sociedade

Ser influência, ou influenciado, um designer tem que ser ambos, com a constante alteração, vê se por fim, que o design e o consumo não existiriam sem o outro, vão de mão em mão, criando inovações futuras baseadas no passado. São apenas o design e o consumo.