domingo, 24 de dezembro de 2017

Alienação do Trabalho

Alienação do Trabalho
Trabalho Alienado -> Objetivação do Trabalho -> Publicidade

Neste texto abordarei o desenvolvimento do Trabalho Alienado usando como exemplo o chocolate Snickers pertencente à empresa Mars Incorporated. Tudo começa com a matéria prima (cacau), o homem (como trabalhador) e a objetivação do trabalho (realização do produto). O Trabalho Alienado constitui três fazes de alienação, primeira, Aliena a Natureza do Homem; segunda, Aliena o Homem de si mesmo; e por último, o Homem torna-se um Ser Genérico.

Desde cedo o Homem foi o animal que mais se distinguiu dos de mais, este sente necessidade de reproduzir toda a Natureza enquanto o Animal se produz a si mesmo, ou seja, enquanto o primeiro produz universalmente sob a dominação da necessidade física imediata, o segundo simplesmente produz o que é estritamente necessário para si ou suas crias. Assim, o Homem é livre do seu produto e o Animal depende do produto, o produto pertence imediatamente ao seu corpo físico.

Assim, o Homem passa a Ser Genérico consciente porque sabe como produzir segundo um padrão de cada espécie e como aplicar o padrão apropriado ao objeto, trabalhando sob uma conformidade com as leis da beleza. O Animal permanece no padrão de necessidade da espécie a que pertence.

Sabemos que o Homem provém da Natureza e que dela necessita para sua sobrevivência, tanto à base da alimentação, como para sua proteção e conforto. Vive uma vida genérica como qualquer animal. Criou um mundo manipulado e objetivo da Natureza inorgânica, tendo assim uma vida ativa. Através desta, o Homem obtém variadíssimos materiais, a esses materiais damos o nome de Matéria Prima. Neste caso as matérias primas utilizadas para este objeto (Snickers) são: cacau, amendoim, sal, açúcar, ovo e gorduras (tendo assim um elevado número de calorias, 280).  A Natureza torna-se então, a existência do trabalho e deste modo, torna-se a existência física do mesmo. Ou seja, a Matéria Prima, por exemplo cacau, é transformada em chocolate comestível a partir do trabalho executado pelo Trabalhador (o Homem), e a partir dessa transformação surge um Objeto Físico, a barra de chocolate (que continua a ser Natureza porque provem da mesma).

Com isto, o Homem, é apresentado como sujeito físico assim que tem um objeto de trabalho (neste caso barra de chocolate Snikers), esse objeto faz com que receba subsistência. Este não pode ser trabalhador se não for sujeito físico ou vice-versa.

Devido à subsistência dada pelo Objeto, o Trabalhador começa a deixar de trabalhar por prazer ou como modo de vida produtiva, passando a trabalhar por necessidade surgindo como atividade livre. O Objeto começa a ser visto como meio de vida, esta tem que ser ativamente produtiva para ter algum sentido para a sua existência. O trabalho é a objetivação da vida genérica do Homem, ativamente duplica-se, colocando o seu próprio reflexo num mundo por ele criado. Dado isto, o Trabalhador “dá” a sua vida ao Objeto e é visto conforme o desempenho da sua atividade.

Quanto mais o Trabalhador se esgota mais o “mundo” do Objeto fica mais forte, ou seja, quanto mais o Homem dedica a sua vida ao objeto, acaba por ficar com o seu interior vazio e mais o Objeto fica maior que o Homem. Podemos observar isto nos meios publicitários. Vivemos nos dias de hoje um mundo maioritariamente industrializado. Todos os dias, somos deparados com uma vasta variedade de publicidade em variadíssimos lugares e meios de comunicação. Ao deslocarmo-nos para o local de trabalho somos bombardeados com publicidades alusivas a cada marca. Na deslocação a pé vemos espalhada pelos passeios; nos meios de transporte público e respetivas estações; no nosso meio de transporte individual deparamo-nos com essa propaganda ao longo da autoestrada ou ouvimo-las na rádio; e ainda, por mensagens pessoais enviadas pela marca que costumamos consumir. Deste modo, podemos constatar que querendo ou não somos invadidos por publicidade, constantemente e diariamente. E com isto, direta ou indiretamente, somos influenciados pela mesma.

O homem trabalha no objeto em questão de modo a atingir um público alvo, no caso do Snickers, tenta abranger o máximo público impondo que quando temos fome basta-nos comer um desses chocolates para nos sentirmos bem. Este jogo psicológico é executado através do slogan de propaganda da marca - “Tu não és tu quando tens fome” - e através de vídeo, onde reforçam mais a necessidade de comer um Snikers quando se tem fome - “Come o teu Snikers. Sempre que está com fome transformaste – ou - Sempre que estás com fome não te consegues concentrar” -  isto leva as pessoas direta ou indiretamente a pensar em consumir um destes chocolates quando começa a sentir fome.


Concluo, que o Homem realmente sente necessidade de alterar toda a Natureza só para seu próprio bem-estar e consumismo próprio desnecessário. O Homem acaba por ser um Ser puramente consumista, manipulador e manipulado e querendo ou não, foi este o mundo desenvolvido por ele, um mundo egoísta consigo mesmo e para com a Natureza que o rodeia.

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