terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Arte sem sonho

Após ler os textos sobre ideologia e alienação de Marx e indústria cultural de Adorno e Horkheimer, e tornando-me consciente do profundo destas questões, dou-me conta de que a sociedade de massa continua a prevalecer.
Estamos em 2017, tantos anos passaram e a sociedade moderna continua envolta mais que nunca numa ideologia fabricada pelas entidades capitalitas que, geradoras de produtos destinados ás massas, geram também a alienação de trabalhadores através de uma realidade economica manipulada e meios que lhe são fornecidos para produzir algo quase a escapar de vista, a sensação de que não se produziu nada em concreto é quase inevitável o que dá uma sensação de falência, e na realidade há uma grande desigualdade o trabalhador torna-se quase uma função em si e o que ganha prova-o.

Também os consumidores são alienados através de sua pouca exigência e do pouco que se questionam do pouco que observam (além do hipnótico do filme os simbolos que ele transporta) e o que fazem com o que observam, aceitando assim a realidade e a precisão criada pelo raciocinio do capitalismo que pensa por estes, o que evidência que continuam não se questionando de todo, é como se uma preguiça tomasse conta, nesse momento da preguiça a produção trabalha incessantemente para ocupar esse espaço também.

Uma vez menos exigentes e pouco atentos á realidade padronizada instalada na sociedade onde nos inserimos, os consumidores são levados a um consumismo que tem como finalidade única continuar a alimentar uma produção que se inspira não no desconhecido, esse todo imaterial que artistas tanto usam para expressar sentimentos, emoções e sensações, mas sim em todas as visualizações, todos os cliques, todos os likes todos os consumos, hábitos diários, saúde, educação, musica, problemas sociais que muitas das vezes utiliza de forma agressiva (no cinema por exemplo) criando realidades que não são as nossas (meios audiovisuais inclusivé) e que fomentam ainda mais a desordem em prol do que possam provocar de sensação no espetador e assim atingir ainda mais impacto também nas receitas, e quem fala de desordem também fala de histórias tão encantadas que sentimos falta delas na realidade por segundos, somos manipulado em direção á ilusão.

Karl Marx "os filósofos limitavam-se a interpretar o mundo de diversas maneiras, o que importa é modificá-lo."

A verdade, pois é, muitas vezes gostamos de sentir toda a ambiência que o cinema provoca e colocamos a consciência de lado só um bocadinho e deixamos o filme decorrer, este tipo de produção alimenta-se disto mesmo, do nosso subconsciente, sem sabermos estamos a consentir todo o tipo de simbolos que nos aparecem, seja simbolos ocultos de marca de roupa, perfumes, veiculos, seja em formas semelhantes, numeros, cores etc tudo esta relacionado, estamos a descontrair enquanto vemos um filme mas o filme é financiado por todas estas marcas e é uma bela de uma chiclete.

Ora estive a ver o filme Lucy (alienada claro) e este era para ser o tema do meu texto, mas antes disso questionei-me, o que será que outros pensam do filme (além de Adorno e Horkheimer), e de onde veio Lucy (e encontrei-a em antropologia), fui alienadamente ao youtube e pesquisei lucy decoded e também pesquisei everything wrong with Lucy, apesar de ter ouvido e observado várias opiniões sobre o filme que até o tornaram ainda mais interessante para descodificar (apenas na parte do decoded), verifiquei o seguinte nas visualizações o que acabou por se tornar o fim do meu texto;


Lucy decoded 
(instrutivo, aprofundamento acerca da nossa capacidade cerebral, etc)

visualizações média 550.000 (primeira página)


Everything wrong with Lucy 
(falhas na produção do filme, falhas na acção, cenários, etc)

visualizações média 74.000.000 (primeira página)


Não sei se consegui passar a mensagem mas esta cá e assim termino o meu primeiro contacto com Marx, Adorno e Horkheimer.

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