Às vezes deixamo-nos enganar por uma bela embalagem, sem saber o que há por dentro. Às vezes deixamos o pior de nós “sair à rua”, em vez do que temos de melhor. Estamos 24 sob 24 horas preocupados com isto e aquilo. Aquilo que pensam de nós. Aquilo que queremos que pensem de nós. Aquilo que realmente somos.
A culpa disto não é de ninguém em particular, nem daquele nem deste. A evolução da sociedade trouxe, um termo muito peculiar, uma massificação do comportamento humano. A beleza. O corpo. O eu. Sendo as únicas coisas primordiais, e o que é preciso para se ser alguém.
As relações ficaram artificiais. As pessoas preferem valorizar coisas, objetos, para assim se sentirem alguém, para se sentirem valorizados, pensando que esse seja o caminho a seguir.
Outras pensam que a essência é o que realmente conta.
As aparências enganam.
Mas a essência não.
Para muitos filósofos, a aparência é algo a ser superado, justamente pelo conhecimento que se pode construir a partir daquilo que há de mais essencial, aquilo que nos dá identidade. Alguns filósofos nem falavam em “essência”. Platão falava em ideias ou em formas. Já Aristóteles preferia outro termo. Para ele, a substância é que faz com que uma coisa não seja confundida com as outras. Assim, é a substância de uma cadeira que faz com que ela seja cadeira. O facto é que a aparência pode ser enganosa, mas a substância nunca.
Mas como chegaremos às essências sem passar pelas aparências?
Apesar de algumas dificuldades em decifrar o que está na cabeça de uma sociedade tão influenciada pelas imagens, há alguns exercícios que nos fazem pensar e nos fazem tornar, as relações que temos com todos, relações verdadeiras. Todos nós também já partimos de um julgamento fixo, e devemos pensar na posição que tomamos perante assuntos delicados como este. A priori todos são preconceituosos, só vemos a aparência, única e exclusivamente o que está por fora. Devíamos parar para refletir. Parar para termos consciência do que fazemos involuntariamente, se torne voluntária. É preciso ter uma visão crítica sobre o que acontece constantemente ao nosso redor. Conseguir distinguir o que é relevante para a nossa realidade versus aquilo que é visto como um padrão para a sociedade.
A ideia é aproveitar o que de bom e de mau traz a vida. Aceitarmo-nos tal e qual como somos, sem segundas intenções. Termos consciência que falta ao mundo um pouco de compreensão, compaixão, e até de entrega.
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