sábado, 23 de dezembro de 2017

Drugstore, necessário ou desnecessário?

O ser humano é um consumista por natureza, necessita de utilizar, destruir ou adquirir bens, tornando esta actividade numa actividade económica. Hoje em dia, com a chegada das Drugstores, tornou-se difícil para o homem saber do que é que precisa ou não. 

Segundo Jean Baudriard, na Sociedade de Consumo, as novas superfície comerciais, têm vindo a multiplicar-se e causaram um impacto na vida económica e cultural do homem. É quase impossível entrar numa Drugstore e não praticar um único acto de consumismo. Todos os desejos e necessidades são saciados num único lugar devido às inúmeras lojas, espaços de convívio e lazer. Temos que compreender que está na natureza do ser humano ser tentado e ceder ao consumismo. Assim está escrito na Bíblia, e quer acreditemos ou não no que os Genessis contam, essa é a descrição perfeita de que o homem é um pecador e de que ele usa e consome mais do que precisa. Para além de que o homem é apaixonado por aquilo que lhe é mais fácil, os novos centros comerciais vieram facilitar o acto de consumismo. Encontramos uma nova maneira de viver, as nossas movimentações diárias estão facilitadas e deparamo-nos com todo o tipo de actividades e necessidades que podem ser satisfeitas no mesmo lugar.

É de notar que nas Drugstores os bens e os serviços estão dispostos de uma tal forma que torna o consumismo inconsciente e por sua vez desnecessário. Expõem um “espetáculo feirante da mercadoria”, oferecendo de uma maneira sorrateira o consumo, pois este serve-se da ambiguidade dos objetos e eleva-os ao seu estatuto de utilidade. Ao frequentar uma Drugstore o consumidor acredita que tem um nível de vida superior ao da sua própria realidade. O ambiente proporcionado é de riqueza e abundância. O mais provável é que encontre e consuma produtos que não interessam ou que não lhe fazem falta, já que na “drugstore” os objetos estão encadeados de tal maneira que nos levam a andar de objeto para objeto, ou de loja para loja, sem nos darmos conta de que o estamos a fazer involuntariamente. Nestes lugares o lazer mistura-se com o quotidiano.

De acordo com Baudrillard, outra concepção de “drugstore” é a “culturalização” da cultura, isto é, “o centro cultural toma-se parte integrante do centro comercial” e ao mesmo tempo a mercadoria está revestida de cultura. Surge assim, com substância distinta, um elemento luxuoso. A cultura não se vulgariza e a mercadoria não se reduz apenas ao comercial.  Todos os produtos existentes na “drugstore” são compendiados de maneira “microscópica”.




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