segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Uma abordagem democrática à questão da Inteligência Artificial — «Do You Speak Human?»

No final do ano de 2017, o tópico «Inteligência Artificial» parece ter ressurgido no discurso das plataformas culturais atuais — em jornais, revistas, conferências e um pouco por toda a internet. Naturalmente, levantam-se preocupações generalizadas acerca da questão dos algoritmos tendenciosos, do desenvolvimento de uma economia cada vez mais automatizada e da imposição de uma cultura de controlo e vigilância abusiva, entre outras. Sublinhe-se, ainda, uma visão mais alarmista, que se questiona acerca da capacidade da AI de mimetizar a raça humana e de se tornar uma ameaça existencial para a humanidade.

Esta tecnologia emergente encontra-se a ser desenvolvida por um grupo muito restrito de pessoas, em laboratórios ou empresas que se situam maioritariamente na China, nos Estados Unidos da América ou em Inglaterra. Isto significa que o software e hardware que visa servir (ultimamente) a humanidade, se encontra de momento nas mãos de um diminuto grupo laboral e empresarial, de engenheiros, cientistas e economistas.

Posto isto, o laboratório SPACE10 — «laboratório da vida futura, numa missão de melhor projetar a vida e de um modo mais sustentável» — lançou o projeto «Do You Speak Human?». Este procura compreender, através de uma plataforma online interativa, o que é que o humano atual procura obter da Inteligência Artificial e subsequentemente dos seus assistentes pessoais, procurando a democratização da discussão.

We launched «Do You Speak Human? » to start a conversation and encourage more people to think about the kind of relationship we should establish with this emerging technology. [1]

Algumas das perguntas que se colocam são as seguintes: Um assistente AI deve ser masculino, feminino ou neutro em género? Deve responder às suas emoções e satisfazer as suas necessidades, mesmo sem que lhe seja pedido? Deve mimetizar o humano, ou comportar-se como um robô? [1]

Figura [1] — Resultados às perguntas do estudo no website Do you speak human? — Acessível através do seguinte link: http://www.doyouspeakhuman.com/



Os resultados — que estão em constante atualização no website — demonstram uma tendência preferencial à humanização da Inteligência Artificial: 73% dos inquiridos respondeu que gostaria que o seu assistente se assemelhasse a um humano, contra 23% que manifestou preferência por um comportamento robótico. As restantes respostas são acessíveis através do link supramencionado.

Conclui-se que este é um tópico que continuará a dividir opiniões e a gerar um certo alarme na vida atual (e que em muito se relaciona com questões identitárias e culturais). Contudo, e terminando numa nota positiva, é particularmente interessante verificar que se combinam esforços para que esta nova tecnologia seja democratizada e projetada tanto à medida do humano como do planeta.

Rita Russo | 10652 | Design de Comunicação

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