O conceito de alienação, tem uma aplicação analítica, numa ligação recíproca entre sujeito, objecto e condições concretas específicas. A história afirma que o homem evoluiu de acordo com o seu trabalho. A diferença do Homem está na sua criatividade para procurar soluções para os seus problemas, porque, com a prática do trabalho, desenvolve o raciocínio e aprende algo que depois pode colocar em prática.
A alienação no trabalho é gerada na sociedade devido à mercadoria, produtos confeccionados pelos trabalhadores explorados, e ao lucro, que vem a ser a usurpação do trabalhador para que mais mercadorias sejam produzidas e vendidas acima do preço investido no trabalhador, rompendo assim o homem de si mesmo.
Este é o estranhamento em que não se reconhece num produto que tem, dentro de si, a essência do trabalhador. A pobreza é gerada ao trabalhador
enquanto, em simultâneo, se gera a riqueza do capitalista.
Quando o produto está feito, só resta ao trabalhador exigir um
salário no final do mês. Este tipo de alienação é aquela que o programador
passa após terminar uma rotina para um dado sistema administrativo de uma
empresa. Após modificar um software, realizar transformações para adaptá-lo ao
quotidiano da empresa que o adquiriu, ele não pode reivindicar o produto do
trabalho como algo dele. A modificação foi um serviço garantido pelo contrato
entre empresa contratante e empresa contratada (entre o empregador e o empregado).
O exemplo clássico é o da linha de produção, em que o trabalhador
não se reconhece no produto final e nem sabe qual é o seu destino. O produto
final é do empregador e ele deverá realizar a sua venda ou dar-lhe outra
finalidade, afinal, é seu e só seu – em suma, o produto final não é
ontologicamente de ninguém, é de um ser independente, um objecto estranho à
“natureza” de qualquer indivíduo que trabalhou nele.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.