sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

A ideologia do Iphone

Ideologia é um termo com o significado de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas de um indivíduo ou grupo, orientado para as suas acções sociais, e principalmente políticas. Para autores como Karl Marx, este é um conceito que é como uma máscara da realidade utilizado como instrumento de dominação e persuasão, de modo a chegar a uma alienação do ser humano. Na sua teoria Marx aborda este assunto face às classes sociais considerando que existem duas, a dominante e a dominada, a burguesia e os trabalhadores respectivamente.

"De acordo com Marx, a ideologia da burguesia mantinha os trabalhadores, ou o proletariado, num estado de falsa consciência. A consciência que as pessoas têm de quem são, de como se relacionam como o resto da sociedade e, portanto, do sentido que conferem à sua experiência social, é produzida pela sociedade e não pela natureza ou pela biologia."

Na actualidade esta relação também existe, neste caso mais especificamente, entre o vendedor e o consumidor. Por exemplo, o iPhone, este que é utilizado como um veículo, ou até mesmo em si, uma ideologia de um estatuto e vida de luxo. Como o smartphone mais vendido no mundo, consegue-se afirmar que os produtos da marca Apple retratam uma certa imagem sobre os seus utilizadores, criada não só pelos seus consumidores mas também pelos consumidores de outras marcas tecnológicas. 
Os utilizadores da Apple são retratados de uma forma generalizada como indivíduos da classe alta, ou média alta, jovens e "trendy", principalmente agora com as redes sociais esta imagem veio vincar-se ainda mais, com a exploração e apresentação de vidas perfeitas com fotografias captadas a partir dos seus iPhones, um tipo de vida ideal. Assim este smartphone é visto como o meio de alcançar esse sucesso, esse estilo de vida.

O preço que se paga por um iPhone, é bastante superior à sua produção ou até mesmo comparado com outros smartphones de outras marcas, de modelos semelhantes ou até mesmo de melhor qualidade, deste modo consegue-se entender que não estamos só a pagar pelo produto em si, mas pela marca e aquilo que ela representa. Além disso era de esperar que apenas pessoas com possibilidades comprariam este produto, no entanto verifica-se que existem indivíduos que abdicam de outros bens mais essenciais para o fazer. 

Assim verifica-se a influência da sociedade sobre um indivíduo, o grande poder de dominação e persuasão, levando-o a redefinir as suas prioridades e valores morais numa falsa consciência de uma vida idealizada. 


Referências: 
John Fiske (1993) Introdução ao Estudo da Comunicação. Porto Edições ASA; 

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