A Oposição da Natureza e do Homem
A alienação de que Karl Marx fala baseia-se no nascimento do mundo capitalista no qual vivemos hoje em dia, mostrando uma fixação do homem viver para trabalhar, separado da natureza, sendo o objecto do seu trabalho, o propósito da sua existência.
Este forma de viver centra-se à volta do capitalismo e do consumismo que o rodeia, que ao percorrer dos tempos separa cada vez mais o homem do universo e a sua natureza. Sabendo que a natureza engloba tudo o que existe, incluíndo o homem em si, ao alienarmos-nos da natureza estamos ao mesmo tempo a alienarmos-nos de nós próprios. Marx leva este assunto em relação à liberdade do homem e à sua crescente dependência do mundo do objecto, que acaba por transformar a vida humana. Retirando-lhe a sua relação com a natureza e assim privando-lhe da sua liberdade, o trabalho alienado transforma a consciência que o homem tem de si mesmo e foca-a no trabalho do objecto como forma de viver.
Utilizando esta ideia de Marx, tenciono explorar esta ideia para algo que engloba o mundo mais actual, baseando-me nas ideias de Alan Watts, um filósofo do século XX, sobre a luta do homem com a natureza que se consegue ligar à ideia de alienação de Marx.
Embora com inícios e propósitos diferentes, Watts e Marx ambos falam da separação do homem e da natureza. Watts fala dessa alienação como uma forma de defesa, que o homem para se sentir importante e que o que faz tem sentido no meio de todo o universo, tem de se opôr à natureza como se fossemos algo completamente diferente ao que nos rodeia. É esta oposição que se vê, como watts diz, na conquista do Everest, na conquista do espaço, como se a natureza fosse algo para lutar contra, e não nos apercebemos que nós fazemos parte dessa natureza e assim lutamos contra nós mesmos, como história pode comprovar.
Com ambas estas teorias, conseguimos compreender que o mundo do objecto, do capitalismo, vai chegar a um ponto onde o que interessa mais que tudo o resto, mais que a natureza e mais que nós mesmos é o trabalho e o objecto que nasce desse trabalho. E esse objecto vai separar cada vez mais o homem de si mesmo até serem tão alienados que se tornam opostos, e a natureza do homem é lutar contra o que lhe é oposto. Todo este novo mundo que começou com uma mudança da consciência do homem ao que o rodeia, acaba por obrigar o homem a destruir-se a si mesmo, quer com guerras e as suas bombas nucleares, ou com a destruição do planeta em que vivemos e a sua natureza. Tudo para conseguir aquele objecto, para fazer aquele trabalho que domina as nossas vidas.
"O Trabalho Alienado", Manuscritos Económicos Filosóficos, Karl Marx
"Essential Lectures, Man and Nature, Recordings, Alan Watts
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