"The principle of induction determines the truth of scientific theories. To eliminate it from science would mean nothing less than to deprive science of the power to decide the truth or falsity of its theories. Without it, clearly, science would no longer have the right to distinguish its theories from the fanciful and arbitrary creations of the poet's mind."
— The Logic of Scientific Discovery (1934), Karl Popper
Alguma vezes por ano somos confrontados com novas noticias sobre avanços científicos, soluções para aquilo que se achava insolucionável, uma nova cura para um tipo de cancro , afinal ter Sida não significa morrer, coisas deste género. Todos nós precisamos de provas para acreditar neste tipo de solução e realmente é o que acontece, a noticia sai e seguidamente sai a sua explicação. Mas nem sempre é assim.
Karl Popper procurou responder ao problema da indução identificado por David Hume no século XVIII. A perspectiva indutivista supõe de que a partir de um enunciado especifico chegaríamos a um enunciado universal, tal como: Este cão é preto por tanto todos os cães são pretos. Este método não é portanto válido uma vez que possa existir um cão não preto que por acaso ainda não tenha sido observado.
Quando alguém testa uma experiência no limite do seu enunciado e os resultados são negativos, ele invalida algo que era dado como adquirido. Os enunciados têm que incluir todas as condições que o possam eventualmente tornar falsos. Estes enunciados, como podem ser falseados são dados como científicos. Deste modo, por exemplo, o Criacionismo não passa no teste da falseabilidade, logo, não pode ser considerado ciência.
Quando se prova que um enunciado é falso têm-se que o reformular para incluir a nova experiência. Assim, os enunciados ou estão em constante mudanças, ou se encontram inalterados durante vários anos. Estes últimos são os mais famosos pelo facto de se manterem irrefutáveis.
Um exemplo é a afirmação que a Terra é plana. Existem inúmeros factos que o comprovam e , até agora, nenhuns que o refutem, desde que Colombo o provou.
Estas teorias cientificas, irrefutáveis até prova em contrário, são aceites pela maioria da população. É uma ideia hegemónica. A hegemonia é uma crença partilhada por todos, que não se questiona. É uma ideologia hegemónica. Acontece quando todas as classes sociais adotam como suas as ideologias de outra classe social, nomeadamente mais privilegiada. Neste caso, a população dita “comum” aceita como sua a crença que a Terra é redonda uma vez que foi comprovado pelos cientistas, uma classe com recursos e conhecimentos para a refutar.
Muitas são as ideias hegemónicas que nós damos por adquiridas e sobre as quais nunca questionamos. Mas, cabe-nos a nós ter uma posição em que procuramos obter uma justificação para as nossas crenças.
"Whenever a theory appears to you as the only possible one, take this as a sign that you have neither understood the theory nor the problem which it was intended to solve".
— Objective Knowledge: An Evolutionary Approach (1972), Karl Popper