sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

HÁ-DES-DE CÁ VIR (Recenção)

HÁ-DES-DE CÁ VIR
Tenho tanta coisa para te dizer…

É a primeira exposição de Mário Belém somente dedicada à ilustração. Em expozições anteriores, o autor misturava técnicas  e as peças no qual resultavam num misto de escultura com ilustração, recortes em madeira e figuras tridimensionais. Foi assim na última exposição do artista.
Desta vez, as paredes do Art Room estavam repletas de desenhos, numa produção em série de ilustrações a caneta de aparo, exercendo assim um efeito preto e branco classico, que constrasta com as paredes rusticas do espaço.
Recortes de folhas sobrepostas, frases, personagens, histórias e algum humor negro, como já é hábito nas obras de Mário Belém... Imensas ilustrações que encantam e nos fazem pensar sobre a sociedade dos dias de hoje.

Um espaço pacato e pequeno que nos acolhe e nos obriga a ir à procura de cada peça de arte. Uma exposição que envolve quem a visita com as pequenas ilustrações penturadas (e escondidas) pelos cantos do espaço.
O tema principal, materializado numa peça central (com o título ”Não és tu sou eu, vivo envolto de dúvidas reticentes”), multiplica-se por diferentes mensagens. Há-des-de cá vir é o confronto com a ideia de que a ilustração é uma arte menor. 

“Um alfabeto inteiro das coisas que te chamava na cara se agora aqui estivesses” é uma das extensões do tema central, e que trepa por uma das paredes do Art Room. “Os motivos pelo quais o meu coração está escangalhado de vez”, “Cansas-me a alma (das mais diversas formas)” e “Pastel de nada” são as outras extensões do tema principal da exposição. Os títulos são tão originais quanto as peças. 
É uma exposição para visitar com tempo, porque vale a pena observar a viagem deste artista que nos é tão familiar a "pintar paredes" e que agora as troca pelo papel e caneta.









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