sábado, 23 de dezembro de 2017

incomplacência consumista

                   Tendo em conta o texto "O Novo Citroen", publicado por Roland Barthes in Mitologias, é-nos transmitida uma ideia nova em relação ao que conhecemos por carro. Este passa de um mero automóvel, a nova tecnologia de "rápida" locomoção do século XIX para uma ostentação, um bem desejado pela beleza e pela sua uniformidade estética. Barthes compara-o ainda ás catedrais góticas que eram o expoente, o símbolo de poder de cada aldeia.
                    Com esta mudança de paradigma o autor apresenta-nos a sua visão, onde os sentidos passam a ter um papel fulcral na compra do automóvel: "o tato é o mais desmistificador de todos os sentidos, ao contrário da vista, que é o mais mágico". Apesar do tato ter um papel principal nesta compra todos os outros sentidos tinham também um papel importante: o cheiro a carro novo, o som do sentar nos estofos novos.Tudo o que motivasse a compra era tido em conta.
                  Hoje em dia o paradigma voltou a mudar, e não nos dando conta, abdicamos completamente de todos os sentidos quando desejamos algum objeto. Porque vivemos num momento em que o importante é ter no imediato sem qualquer tipo de contemplação. Em consequência do consumismo instalado na nossa sociedade a nossa "complacência neomaniaca" esgota-se num click, num qualquer site da Internet.

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