sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Indústria Cultural e Alienação


A alienação define-se pela perturbação de mentalidades, onde ocorre uma anulação e erradicação da personalidade individual de um ser. Theodor Adorno explora bastante este tema em diversos livros escritos por ele e pelo seu colega da escola de Frankfurt, Max Horkheimer.

Apesar de Carl Marx já ter explorado e explicado este conceito, o mesmo foi mais direcionado para a alienação no âmbito do trabalho, obrigando o sujeito a seguir determinadas normas, erradicando a possibilidade de se expressar e de desenvolver ideias fora do ordinário. Os pontos divergentes entre Marx e Adorno são que para encetar o assunto, a alienação deriva mais de um estado social e menos relacionada com a sensibilidade artística, ou seja, Adorno defende que existe alienação infligida por entidades superiores ao Homem e que através da manipulação cultural tem como meio de veiculação a arte e os meios de comunicação enquanto Marx diz que o fenómeno da alienação foi criado pelo Homem, por pertencer a uma sociedade totalmente capitalista, alienando trabalhos formatado mentalidades da população em geral.

A aparência torna-se total na fase em que o irracionalismo e a falsidade se escondem por trás do racionalismo e da objetiva necessidade. () a ideologia, que confirma a vida, cai na contradição com a vida pela força imanente do ideal. O espirito, (descobre] que a sua realidade não se assemelha.[1]

Adorno encontra no cinema o maior meio de alienação existente na sociedade da sua época e a melhor forma de veicular mensagem, ajudando o desenvolvimento de uma industria cultural. Afirma ainda que, a erradicação do processo de pensamento e o standartizar das mentalidades é estruturada e planeada pelas grandes potencias político-económicas do mundo que utilizam esta cultura industrial para veicular e coagir o ser humano com as suas ideias e ideais.

Resultante disto existe uma perca de identidade por parte do sujeito, com uma subsequente perca de conteúdo critico e cognitivo, formatando-o conforme a restante sociedade.

Referências
[1] Essay on Music, Adorno, T. “Films tend toward a high degree of referentiality – plot, narrative, settings, bodies in gestural relationships, not to downplay the indexical photographic as such. Movies in short were sufficiently “like life” that their reception no longer required rapt contemplation. They could be received by viewers as already familiar” (p. 241)

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