Tudo
começa quando o homem percebe que os alimentos têm mais do que um
valor (o valor de uso pessoal, de sobrevivência), começando assim a
realizar-se trocas de coisas. A troca de coisas
significava que uma comunidade podia ter algo que antes não tinha,
que a outra comunidade possuía e vice-versa.
Com
isto entende-se que, a coisa que antes só era usada para uso
individual, passa a ter um valor de troca e com ela obter outros
bens.
Um
exemplo simples:
- Na área onde vive a comunidade A, há várias macieiras pelo que aquilo já é um alimento comum para a tal comunidade. Nesta área, não há mais nenhum tipo de árvores de frutos.
- O mesmo se sucede com a comunidade B, mas em vez de macieiras, no local onde esta esta situada, há laranjeiras.
- Uma das comunidades encontra a outra e apercebe-se de que aquela comunidade possui um tipo diferente de alimento. Então, entende que pode ir buscar o seu fruto local e trocar pelo fruto da área onde vive a outra comunidade.
- A comunidade A troca algumas maçãs por algumas laranjas da comunidade B.
Sendo
assim, a mesma coisa tem diferentes valores dependendo das relações,
isto é, a maçã para a comunidade A é algo comum, mas que serviu
de caminho para ter uma outra coisa, e para a comunidade B é uma
coisa rara nunca antes vista. A
coisa de uso comum passa a ser uma moeda
de troca. Com
o começo destas trocas, dá-se início ao valor de troca e à
mercadoria.
Com
isto, inicia-se um distanciamento/separação daquilo que era natural
e passa a existir algo cultural, pois este valor de troca apenas
existe dentro de uma cultura.
Com
a introdução de uma moeda de troca cria-se aquilo que chamo de
“círculo vicioso”. Um circulo de troca de produtos.
O Homem pensa que
trabalha para sobreviver, mas cada vez mais essa sobrevivência se
torna em hábitos (mas cada vez mais este trabalho serve para
sustentar os seus hábitos). O que quero dizer com isto é que o
homem trabalha em troca de dinheiro, que devia ser trocado por coisas
necessárias. É cada vez mais frequente que o dinheiro que foi
trocado por trabalho, seja trocado por vícios
que o homem adquire e não por coisas essenciais: comida, bebida,
roupa, etc.
Será
que o trabalho se objetiva em função de manter a sua existência ou
de manter vícios? São estes vícios parte das coisas necessárias?
A meu ver, os
hábitos só se adquirem se o Homem quiser. Se estes hábitos (por
isso mesmo assim se chamam) só se obtêm se o homem quer, não fazem
parte de coisas vistas como necessárias, então, os hábitos não
são necessidades. Mas podem se tornar necessários. Quero com isto
dizer que se chega a um ponto em que o homem se sente tão dependente
de tal coisa que a vai entender como uma necessidade, sendo ela na
verdade um vício.
Para
que trabalha o Homem? Para sobrevivência ou para sustentar os seus
“maus hábitos”?
É
mau se o homem trabalhar – para além de garantir as necessidades
básicas – para sustentar "alguns vícios"?
Será
que, com o passar do tempo e a modificação da sociedade alguns
"vícios" não passam a ser necessidades?
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