Na Dialética do Esclarecimento, Theodor Adorno e Max Horkheimer é tratado o conceito de cultura industrial. Adorno e Horkheimer acreditam que o cinema e a rádio não passam de um negócio com o único objetivo de faturar, e demonstram uma visão um pouco extremista, chegando a afirmar que “o cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte”.
A cultura produzida industrialmente torna tudo semelhante, seja no cinema, no rádio ou nas revistas. O grande objetivo desta indústria é vender o máximo possível e, por isso, ser acessível e agradável para o maior número de pessoas. O cinema comercial é construído segundo padrões que jogam com o cliché e o original, nunca saindo muito do normal.
Um filme terá uma maior audiência, quanto mais imparcial for. Um filme que não demonstra preferências políticas ou religiosas, por exemplo, não divide a audiência. Um filme que apresenta uma série de personagens tipo, torna possível a um maior número de pessoas se identificar ou simpatizar com alguma personagem.
O termo “Oscar Bait” é muitas vezes utilizado para descrever filmes que parecem ter sido produzidos com o único propósito de ganhar nomeações para Óscares. Estes filmes abusam ao máximo das caraterísticas cinematográficas que parecem ser as adoradas da academia e são os filmes que nos chegam aos cinemas de shopping. Filmes repletos de drama, clichés, romances e, normalmente, sempre dentro do mesmo ciclo de atores.
“O mundo inteiro é forçado a passar pelo filtro da indústria cultural” que limita a fantasia e o pensamento do espectador. Se todos virmos e ouvirmos as mesmas coisas, acabamos por acreditar e aspirar as mesmas coisas também.
Referências:
Adorno, T. W., & Horkheimer, M. (1947). Dialética do Esclarecimento (Fragmentos Filosóficos).
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