sábado, 23 de dezembro de 2017

CONSUMIDOS PELO CONSUMO

O consumismo é, talvez, um dos maiores males que assombra a nossa sociedade atualmente. Todos somos bombardeados diariamente por anúncios publicitários. Não só através dos media, como também através de cartazes que observamos a caminho do trabalho. Assim sendo, quer queiramos quer não, de uma forma ou de outra, acabamos por ser vítimas da propaganda, muitas vezes enganosa, com que somos confrontados.
Por vezes ponho-me a pensar na quantidade de produtos de beleza que tenho, por exemplo. Será que preciso de todos? Obviamente que não, mas ainda assim, de vez em quando compro mais um ou outro. Não os compro por necessidade, mas sim porque me apetece ter mais um produto qualquer para a “coleção”. O consumismo é como um ciclo vicioso: quanto mais se tem, mais se quer ter.
Apesar do hábito do consumo nos ser incutido maioritariamente pelos meios publicitários, a educação que nos é dada também tem a sua influência. Quando somos pequenos, por exemplo, na época do Natal recebemos inúmeros brinquedos, muitos dos quais provavelmente nem lhes vamos tocar. Ao crescermos habituados a ter acesso ao que queremos, estamos, indiretamente, a tornar-nos consumidores.
            Se observarmos com atenção, por exemplo, os telemóveis que as pessoas utilizam hoje em dia, é raro vermos alguém que, para escrever num, ainda tenha de carregar em teclas. A necessidade que hoje parece haver em ter o último modelo do telemóvel da marca “x”, é algo meramente causado pela publicidade. Se nós analisarmos bem, a diferença entre o modelo anterior e o mais recente é quase nula, mas ainda assim sentimos a necessidade de comprar o último. Ao longo dos anos, a publicidade tem vindo a desempenhar um papel fulcral na credibilidade das marcas.

             A publicidade é o maior propulsor do consumismo, logo, para um determinado produto ser vendido tem de ser publicitado, caso contrário as pessoas vão partir do princípio que o artigo não tem qualidade. É a propaganda que dita se uma marca é prestigiada ou não, portanto, no final, para um produto ser vendido em grande número, o que interessa é a visibilidade que este tem no mercado e nem tanto a qualidade, pois se a marca tem uma certa boa imagem por até agora ter lançado produtos de qualidade, à partida este novo não será diferente.


Referências: A Indústria Cultural: O Esclarecimento Como Mistificação das Massas



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