Estando
em pleno século XXI, aquilo que a sociedade é hoje em dia, em nada se compara à
que habitava o planeta Terra há milhares de anos atrás. Da mesma forma que o
ser humano se desenvolveu ao longo dos anos, também a sua forma de pensar
sofreu grandes alterações. No entanto, essa mesma forma de pensar, varia de
pessoa para pessoa.
"O homem é dono do que cala e escravo
do que fala. Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo.”
Talvez
da autoria de Sigmund Freud, não se sabe com certeza quem disse ou escreveu
esta frase, nem se foram estas as palavras exatas. No entanto, dá que pensar. Direta
ou indiretamente, quando partilhamos a nossa opinião acerca de determinado
assunto, estamos invariavelmente a deixar transparecer aspetos que revelam a
nossa própria identidade.
Perante
o mesmo acontecimento, duas pessoas podem ter reações completamente diferentes.
Peguemos
num exemplo concreto. Dois indivíduos, X e Y, observam um casal homossexual beijar-se
na rua. Quando questionado acerca do par, X fala do mesmo com desdém. Afirma
que é uma falta de respeito por parte do casal e que acha nojenta tal
demonstração de afeto em público. Já Y, mostra-se contente e comenta a roupa do
casal, que por acaso condiz. Que nos diz isto acerca do casal? Muito pouco. As
conclusões que tiramos, são maioritariamente acerca do tipo de pessoas que são
X e Y. Faz-nos pensar que X talvez seja uma pessoa muito retrógrada e presa às
ideias antes defendidas, uma pessoa pouco aberta à mudança. Alguém que, quando
fala de falta respeito, talvez não tenha ainda experimentado “a carapuça” que
certamente lhe serviria. Já Y, demonstra uma atitude positiva e ponderada. Uma
pessoa que não descrimina e provavelmente apela ao tratamento igual para todos.
Através
desta analogia, conseguimos talvez compreender a forma como tão facilmente nos
caracterizamos ao descrever outros. A forma como julgamos alguém ou falamos a
respeito do mesmo, está intimamente relacionada com a nossa maneira de ser. Cada
um revela um pouco de si mesmo a partir do que identifica no outro. E é
interessante reparar que, quanto mais detalhada for a descrição do outro, mais
de nós ela reflete e não necessariamente aquilo que o outro é.
Contudo,
é importante perceber que esta individualidade que se verifica e que nos
diferencia a todos, tem uma justificação. X é contra a homossexualidade, mas
não porque um dia acordou e decidiu que era isso que queria ser. Isto acontece
devido a um conjunto de experiências que X viveu, devido às pessoas com quem X
partilhou essas experiências e ao ambiente onde elas se desenrolaram. O mundo
que nos rodeia contribui fortemente para construir a pessoa em que nos tornamos
e a partir do momento em que entramos nele, estamos sob constante
“contaminação”.
Quem
somos, os nossos ideais, a maneira como agimos e reagimos, advém de um conjunto
de fatores e elementos a que fomos expostos durante a nossa vida e que
influenciaram a nossa maneira de ser.
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