A expressão e o conceito “Industria Cultural” foi desenvolvido pelos filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer, alemães, em 1942, e tendo como questão principal a arte no excesso consumista do ser humano. O problema que deu origem a esta teoria filosófica baseia-se no entender de que o capitalismo na reprodução e produção artísticas é responsável pelo desaparecer das verdadeiras artes popular e erudita por os seus espectadores serem impedidos de participar intelectualmente e verdadeiramente nestas duas formas artísticas.
Segundo Adorno, a sociedade está a alterar o sentido da palavra “lazer”. O que para nós é “relaxar”, “passar tempo com amigos ou com coisas materialistas”, para o alemão deveria ser, ou é para ele, uma oportunidade para expandir e desenvolver os nossos interesses de forma a alcançarmos os nossos objetivos e mudar a sociedade. “O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho”. De certo modo, o lazer está a ser substituído pelo entretenimento tecnológico que nos desencaminha dos nossos objetivos.
É claro que ainda temos essa necessidade materialista e o capitalismo não vende o que realmente precisamos. Um de vários exemplos atuais desta “Industria Capitalista” é a ilusão da necessidade que varias empresas propõem aos consumidores de que temos que comprar o modelo mais recente e avançado do mercado, a Apple fá-lo ao lançar um novo iPhone todos os anos em que o que o distingue do anterior são os pequenos avanços tecnológicos nada espetaculares. O desejo sobrepõe-se sempre à verdadeira necessidade, sempre quando entramos num mundo de imensa variedade e quantidade.
Efetivamente, Adorno comprova que o que realmente precisamos é estar em comunidade, é de compreensão, calma para com os outros e de nos desligarmos da economia presente. É nesta fraqueza que os anúncios publicitários exploram: o que queremos não é o que precisamos e necessitámos. “A felicidade está obsoleta: não é rentável”. Outro exemplo é a famosa Coca-Cola, onde, nas suas campanhas de marketing, é unida a diversão e amigos à bebida, o que sabemos muito bem serem não ter relação alguma: a amizade não depende nem se deve á coca-cola. A indústria sabe que almejamos para uma vida social e em comunidade, mas querem-nos é sozinhos a consumir mais, esquecendo o verdadeiro significado da felicidade.
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