Edward Said, com o seu livro Orientalism, publicado em 1978, revolucionou o estudo do Oriente. Nele o educar a sociedade ocidental sobre os povos de certas partes da Asia, Norte de Africa e Médio Oriente era o principal objetivo. Este filosofo da Palestina, realça a forma como os países do ocidente distorceram a realidade das pessoas e lugares do oriente através de pinturas, onde, por exemplo, se representa a mulher, sexualmente, num ambiente misterioso, o exótico e o mundo da viagem, o que criou uma imagem errada da história e realidade orientais, idealizando, para os europeus, o que não é real.
Paralelamente, acontece que, atualmente, as redes sociais alimentam a sociedade com falsas informações, através muitas vezes de estereótipos, processo abordado por Edward Said. Os meios de comunicação, globais, atribuem cada vez mais características ao Médio Oriente que não coadunam com a sua realidade, negativizam-no, tornam-no numa ameaça para o mundo ocidental, para os povos, tornam-no em nações frias e anti paz.
“The secular world is the world of history as made by human beings. Human agency is subject to investigation and analysis, which it is the mission of understanding to apprehend, criticize, influence, and judge. Above all, critical thought does not submit to state power or to commands to join in the ranks marching against one or another approved enemy. Rather than the manufactured clash of civilizations, we need to concentrate on the slow working together of cultures that overlap, borrow from each other, and live together in far more interesting ways than any abridged or inauthentic mode of understanding can allow. But for that kind of wider perception we need time and patient and sceptical inquiry, supported by faith in communities of interpretation that are difficult to sustain in a world demanding instant action and reaction.” -Edward Said, in Orientalism
Isto demonstra a facilidade com que o ser humano se manipula, para acreditar numa realidade não existente, um ser racional a entrar numa armadilha de informações falsas criando conclusões precipitadas e acabando por agir incorretamente perante acontecimentos que lhes foi apresentado, mas falsos. Contudo, este nosso defeito que rebaixou raças, comunidades, tradições, gostos e preferências, que originou eventos inapropriados em que só depois de descoberto o erro, de descoberta a verdade, nos apercebemos das nossas falhas, não nos faz querer melhorar, pelo contrário, falhamos continuamente, sem aprender com os nossos antepassados. Deixamo-nos fluir pelo que nos foi dito, fazendo de nós um animal ensinado e não autodidata, que não sabe o motivo pelo qual age, um animal racional que se resume a um conjunto de referências. Só no raro momento em que pensa por si próprio e reconsidera as informações que recebeu, acreditadas como factuais, verdadeiras para ele, portanto, pensando de outra forma, é que passará a ser visto como um herói, ou um criminoso!
“Knowledge means rising above immediacy, beyond self, into the foreign and distant. The object of such knowledge is inherently vulnerable to scrutiny; the object is a ‘fact’ which, if it develops, changes, or otherwise transforms itself in the way that civilizations frequently do, nevertheless is fundamentally, even ontologically stable. To have such knowledge of such a thing is to dominate it, to have authority over it.” -Edward Said, in Orientalism
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