quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Bordalo II - Aterro




“O que eu faço é uma chamada de atenção, tento sempre que haja um espírito crítico construtivo nas minhas peças. Não é apenas o design ou o sentido estético que interessa, a obra está no espaço público e tem de ter uma mensagem de forma a comunicar com a sociedade é o fundamental.” 

Uma exposição de abre os olhos para a realidade que é cada vez mais vivida nos dias de hoje, Bordalo, pega naquilo que o ser humano mais despreza e quer se ver livre, o lixo, para confrontar, educar e principalmente alertar, para aquilo que se pode estar a transformar num dos mais problemas da atualidade. As diferentes obras são sátiras e críticas para a atualidade consumista em que vivemos atualmente. A exposição teve a sua inauguração a 4 de Novembro de 2017 e estendeu-se até 3 de Dezembro do mesmo ano. 
As filas para visitar esta exposição, que era de entrada livre, eram infindáveis, e a razão era obvia. O uso de um material “peculiar”, “sujo” e até invulgar para produzir arte, era utilizado da forma mais inteligente e meticulosa, para conseguir captar a atenção do espectador. E assim conseguiu. Era difícil senão impossível de ver um olhar que não estivesse prendido nas suas esculturas no seu trabalho, todo o detalhe e história por detrás de casa uma era singular e pertinente aos dias de hoje.
A exposição foi realizada num armazém do Beato. No interior do armazém eram encontrados vários corredores que iam apresentando diferentes trabalhos, tanto em temática como em escala. Deparamo-nos primeiramente com um pequeno texto descritivo do trabalho do artista, e depois somos deparados com pequenas maquetes satíricas da sociedade que estamos inclusos hoje, retratando o consumo, a corrupção, o vício tecnológico, e como não seria de faltar, o impacto ambiental que o ser humano tem no planeta e como este degrada o mesmo. Depois somos confrontados com um corredor onde temos peças semi acabadas, simulando um certo antes e depois das obras, e por ultimo somos dirigidos a uma sala onde um video sobre toda a sua fornada neste projeto é retratado.
Temos também obras de grande escala na exposição, como um rinoceronte, o mundo marítimo, e um trabalho que demonstra o mundo sem o lixo e o desperdício humano, e outro lado com a sua presença.
As suas peças passam por um processo de desenho e idealização, recolha de material, neste caso o lixo, a compilação das peças mais adequadas ao projeto em realização, e por ultimo a sua pintura pelo meio de graffitis.

“Interessante é nós agarrarmos numa coisa que já não é nada, em lixo, e conseguir que ela seja alguma coisa e que transmita uma mensagem. sobre um problema”

Para quem não teve chance de ir a exposição é ainda possível ver algumas das suas obras em grande escala espalhadas por Lisboa, mesmo a entrada do armazém.
Hoje em dia, mais que nunca este tipo de intervenções e exposições são importantes para alertar a sociedade do desperdício e mal que cada vez mais causamos a natureza, e que se o nosso comportamento não se alterar as consequências que iremos enfrentar são graves.





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