“Splitting, cutting, writing, drawing, eating… Gordon Matta-Clark” na Culturgest
Esta exposição montada nas galerias 1 e 2 da Culturgest levam-nos através da vida de trabalho de Matta-Clark.
Começando com o seu restaurante Food, do início da década de 70, é nos mostrado através de um filme realizado com Robert Frank e de vários documentos em que GM-C escreve e pensa a organização do restaurante desde a ideia principal de alimentação com o paralelo do conhecimento até aos pratos confeccionados e artistas convidados. Porém na mesma sala encontra-se também um outro vídeo chamado Tree Dance (se não estou em erro) que perde um pouco intensidade e espaço para brilhar pois está ligeiramente descontextualizado por se encontrar na mesma sala que toda e só a documentação do restaurante Food.
Na sala seguinte vemos documentação da obra Splitting, onde M-C divide uma casa de 2 pisos. Aqui os vídeos fizeram perfeitamente o seu trabalho, não só acrescentando à criação mas apontando mais luz para todo o processo de divisão da casa.
Na última sala da primeira parte da exposição encontra-se documentação de Conical Intersect, 1975 e de Office Baroque, 1977. Duas das suas obras mais marcantes e também das mais documentadas; na exposição temos acesso a desenhos, escritos, documentação legislativa, tudo pré-produção; e para além dos vídeos realizados durante e após a realização temos também documentado o processo de corte e desconstrução de Office Baroque onde a fachada não podia ser afetada.
No corredor que liga ambas as salas vemos os Art Cards de Gordon Matta-Clark que além de toda a exposição nos mostram mesmo que numa pequena instância como funcionava a mente de M-C. Vemos pensamentos rápidos, ditos e também pequenas ideias e ajudam a montar e a demonstrar o pensamento criativo que baseava a sua produção.
A última sala inicia-se com robusta documentação de Day’s End, 1975 projecto no Pier 52 em Nova Iorque. Começando por ler cartas trocadas e licenças camarárias vemos iria ser demorado. Gordon Matta-Clark conclui-o na mesma e vêmo-lo num filme atmosférico no local.
A exposição continua e concluiu-se nas últimas duas salas da galeria 2 da Culturgest onde se pode ver os seus Cut Drawings, 1974-1976 que demonstram perfeitamente a sua utilização volumétrica tanto no objecto como no espaço; transportado para a mostra panorâmica de A W-Hole House, 1973 onde disseca uma casa em perspectiva panorâmica na casa inteira, incluindo o telhado. tudo em registos fotográficos extensos.
Esta exposição foi bem concretizada e espera-se que virão muitas mais tão ecléticas em termos de conteúdo como esta.
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