No dia 24 de Dezembro come-se bacalhau ao jantar. Uma consoada aparentemente feliz, onde o bacalhau reina nas mesas portuguesas. Uma tradição da idade Média. Estima-se que no mês de Dezembro o consumo chegue a um milhão de kg, de acordo com dados fornecidos pelo conselho Norueguês das pescas.
Deste modo, é celebrado por cristãos e não-cristãos o nascimento de Jesus Cristo. A comemoração exagerada do corpo social que nos envolve gerou um impacto das actividades económicas aleadas ao negócio do capitalismo que se serve da acumulação de capital, do trabalho assalariado e de um sistema de preços e mercados competitivos que é estabelecido por uma universalização das relações sociais baseadas no dinheiro.
Por conseguinte, somos culturalmente dessensibilizados ao sofrimento dos animais, isto porque a normalização de actividades como a pesca são aceites por uma sociedade distraída com o mundo trivial governado por disfarces. Os peixes sentem dor e têm capacidade de sofrer assim como mamíferos e outros animais terrestres, que tal como nós, têm um sistema nervoso complexo, detendo-se de nociceptores (receptores de dor) evoluindo a capacidade para nocicepção (reacção de dor, de forma a evitá-la).
Estudos mostram que peixes-dourados têm capacidade de criar memórias com o intuito de evitar a mesma situação no futuro quando expostos a altas temperaturas.
Além disto, os peixes de aquacultura sobre-explorados são intoxicados por antibióticos e vivem em águas imundas e, segundo o estudo recente realizado pela John Hopknis Center for a Livable Future, o consumo de peixe irá deixar os mares sem os mesmos até 2050, levando à sua extinção se nos sustentarmos deste comportamento.
Não obstante, cerca de 1/4 dos animais pescados pela indústria são Captura Acidental e devolvidos mortos aos mares, como golfinhos, orcas, aves marinhas, tartarugas...
Posto isto, estaremos deliberadamente a celebrar o encontro entre jesus e as toneladas de mortes marinhas que nos são servidas à mesa.
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