Turbulências
Obras
da Coleção "la Caixa" de Arte Contemporânea
40
Obras | 18 Artistas | 11 Nacionalidades
Torreão Nascente da Cordoaria
Nacional
A exposição Turbulências de artistas emergentes dos quatro
cantos do globo veio a Lisboa. Suportada em todos os tipos de expressão
plástica, esta apresentou diferentes narrativas sobre problemas atuais nas
sociedades modernas e em desenvolvimento. Com uma maioria de artistas
ibero-americanos, os assuntos discutidos nas obras de arte expões situações de
pobreza, como a exposição de skates em massa frita (fig. 2) para demonstrar a
pobreza das crianças nas ruas de Caracas, na Venezuela. Além destas, também
expõe situações de conflito racial como a coleção de fotos de engenhos de
guerra para expor que uma enciclopédia das armas mortíferas que atuam ainda
hoje. A opressão das mulheres no médio oriente também foi exposta com a dupla
projeção audiovisual de Shirin Neshat (fig. 3), que deu o nome à exposição.
Esta contrasta um homem e uma mulher a cantar musicas arábicas e enquanto o
homem se ri com outros homem, a mulher, sozinha, entra em pânico em gritos
quase que de desespero. Esta exposição tenta assim ir buscar os artistas mais reconhecidos
e, muitas vezes, vitimas destas catástrofes sociais.
A minha recensão
desta exposição é mista. Por um lado, compreendo a exposição dada a estes novos
artistas e como as suas obras sobressaem do comum por a sua conexão com a
realidade que expõem. Mas por outro lado os problemas debatidos são em quase
todos os casos universais e a técnica artística e os métodos utilizados não são
sempre os mais apurados. As fotografias são quase de grau amador, as
instalações são difíceis de compreender e de se relacionar e as obras mais
completas sobressaem como diamantes no meio de meras pedras. Penso que a razão
por detrás deste contraste está no formato de exposição dado a este conjunto de
peças. O preconceito dos espetadores de irem a um acontecimento cultural sobre
a forma de exposição cria uma antecipação duma apresentação de obras com um
certo nível de coerência mínima para poderem criar um estimulo no visitante.
Outra questão é o desconforto criado por esta exposição, que cai um pouco no
Auto flagelamento do espetador por ser indiretamente culpado de estar a
aproveitar-se das catástrofes sociais para sei desfruto cultural. Nas restantes
obras diamantes, como achei a projeção Turbulent
(fig. 3) e o vídeo iterativo Useless
Wonder de Carlos Amorles (fig.4), penso que como obras já premiadas e com
alguma maturidade (a primeira de 1998 e a segunda de 2006) criaram uma ideia
mais transcendente ao problema exposto. Tanto a tensão entre sexos (Turbulent) como a corrupção da
globalização (Useless Wonder) foram
expostos através de uma composição artística completa e com algum tipo de
beleza percecionada.




Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.