Todos
têm ambições, ideias e princípios únicos, que surgem com a aprendizagem e a
curiosidade que sentem em crianças ao deixarem-se imergir no mundo que as
rodeia. Qualquer criança é suscetível a influências do mundo exterior, e estas
coisas definem o desenvolvimento da personalidade e mentalidade do adulto em
que se tornará. Se uma criança crescer rodeada de música e de arte, possuirá
uma grande sensibilidade artística, tal como uma criança impulsionada a ler
desde uma tenra idade, provavelmente ganhará um amor aos livros para o resto da
vida. Se uma criança testemunhar comportamentos de natureza racista ou sexista,
tenderá a reproduzi-los no futuro e, se uma criança presenciar ou for vítima de
violência doméstica ou de outro tipo de abuso, ela própria terá mais tendência
a tornar-se perpetrador desse tipo de agressividade. Se, durante o crescimento,
uma criança for constantemente exposta a imagens fictícias que pretendem
ilustrar uma realidade utópica, deixará de ter uma visão clara do que é verdadeiro,
e tentará seguir ideais inalcançáveis.
Desde
muito jovens, as crianças da sociedade ocidental atual têm acesso fácil e
regular a tecnologias, média, jogos e redes sociais, que lhes proporcionam uma
visão por vezes distorcida da realidade dos nossos dias. A possibilidade de obter
conhecimento rápido e simplista leva à abdicação da verdadeira sabedoria e
despromove o uso das capacidades intelectuais do ser humano. Qualquer informação,
requisitada ou não, se encontra do lado de lá de um ecrã, filtrada e organizada
da melhor forma para nos captar a atenção. Este fenómeno é a causa de uma preguiça
intelectual que ameaça a curiosidade do indivíduo, impedindo o desenvolvimento
da nossa geração. Deste excesso de informação, nasce um niilismo no seio da
nossa sociedade, uma apatia constante que elimina a necessidade de explorar e
aprofundar o intelecto, deixando os jovens irrequietos e incapazes de rentabilizar
o seu potencial. Com respostas tão rapidamente acessíveis, as perguntas perdem
importância, e apesar das portas abertas pela internet, o uso destas tornou-se
irrefletido e banal, deixando uma noção de vazio na mente das pessoas.
A
preservação da curiosidade que sentíamos como crianças é essencial para o
avanço mundial através da inteligência adquirida. O processo de descobrimento não
deve ser passivo, mas sim progressivo e ininterrupto. Devemos deixar que as respostas
levem a novas perguntas, e não estagnar o conhecimento devido a um privilégio
do qual já nem se tem plena consciência, uma ilusão quimérica causada pela
propaganda inoculada no nosso dia-a-dia através da tecnologia. Tal como a
internet dirigiu a juventude para uma realidade cheia de futilidades, tem o
dever e o poder de redirecionar a população para um meio mais erudito de forma
a não perder inteiramente a cultura rica que se tem transmitido através das
gerações.
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