A Indústria cultural é um termo difundido por Adorno e
Horkheimer para designar a indústria da diversão vulgar vinculada pela
televisão, rádio, revistas, jornais, música, publicidade etc. Surge através da
sociedade capitalista que transformou a cultura num produto de comércio.
A principal forma cultural construída por estas indústrias é difundida através
da televisão que ensina e forma indivíduos cada vez mais cedo. Em que podemos
observar diferentes temas e culturas que são expostas a qualquer horário e
idade, apresentando conteúdos com mensagens subliminares que escapam à
consciência, provocando assim a “alienação”.
Assim sendo é perceptível que este meio cultural pode ser extremamente didáctico na medida em que é capaz de mostrar conteúdos reveladores e contribuidores para o desenvolvimento humano ou pode ser “destrutivo” na medida em que é capaz de alienar uma pessoa, levando-a a pensar e a agir conforme é lhe proposto.
Assim sendo é perceptível que este meio cultural pode ser extremamente didáctico na medida em que é capaz de mostrar conteúdos reveladores e contribuidores para o desenvolvimento humano ou pode ser “destrutivo” na medida em que é capaz de alienar uma pessoa, levando-a a pensar e a agir conforme é lhe proposto.
Indústria Cultural e Cultura de Massa
A modernidade destronou o processo iniciado na antiga
Grécia: o desencanto do mundo, ou seja, a passagem do mito à razão, da magia à
ciência e à lógica, processo que permitiu as artes da função e finalidades
religiosas autónomas.
No entanto, a partir da 2.ª Revolução Industrial que aconteceu no século XIX e com o aparecimento da sociedade pós-industrial, as artes foram submetidas a uma nova “escravidão”, as regras do mercado capitalista e a ideologia da indústria cultural que se baseavam na ideia e prática de um consumo de produtos culturais fabricado em série. Ou seja, as obras de arte eram equiparadas a mercadoria, reflexo representativo do capitalismo.
A arte não se democratizou, mas massificou-se para um consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa, transformando-se em propaganda e publicidade, prestigio político e controlo cultural, digamos que se prostituiu a arte. Sob os efeitos da massificação da indústria e consumo cultural, as artes correm o risco de perder três das suas principais características:
No entanto, a partir da 2.ª Revolução Industrial que aconteceu no século XIX e com o aparecimento da sociedade pós-industrial, as artes foram submetidas a uma nova “escravidão”, as regras do mercado capitalista e a ideologia da indústria cultural que se baseavam na ideia e prática de um consumo de produtos culturais fabricado em série. Ou seja, as obras de arte eram equiparadas a mercadoria, reflexo representativo do capitalismo.
A arte não se democratizou, mas massificou-se para um consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa, transformando-se em propaganda e publicidade, prestigio político e controlo cultural, digamos que se prostituiu a arte. Sob os efeitos da massificação da indústria e consumo cultural, as artes correm o risco de perder três das suas principais características:
1.ª De expressivas, passarem a ser reprodutivas e
repetitivas;
2.ª Trabalho de criação, assumirem-se como eventos
para consumo;
3.ª Experimentação do novo, torna-se notável pela moda e pelo consumo.
A arte possui intrinsecamente valor de exposição, ou seja,
existe para ser contemplada. É essencialmente um espectáculo, palavra que provém
do latim e significa: dar a conhecer, dar visibilidade. No entanto, sob o
controlo económico e ideológico das empresas de produção artística, a arte
transformou-se no oposto, passou a ser um evento para tornar invisível a
realidade e trabalho do artista, assume-se como algo que deve ser consumido e
não contemplado.
As obras de arte e de pensamento podiam democratizar-se com os novos meios de comunicação, pois todos podiam ter acesso, conhecer, criticar e os artistas e pensadores podiam superá-las com novas obras.
As obras de arte e de pensamento podiam democratizar-se com os novos meios de comunicação, pois todos podiam ter acesso, conhecer, criticar e os artistas e pensadores podiam superá-las com novas obras.
A democratização da cultura tem como premissa, a ideia que
os bens culturais são um direito comum a todos e não um privilégio de alguns. A
democracia cultural manifesta o direito de acesso e contemplação das obras culturais,
direito à informação, formação e produção cultural.
A Indústria Cultural acarreta o resultado contrário, ao massificar a cultura. Porque em primeiramente separa os bens culturais pelo seu valor de mercado, ou seja, existem obras “caras e raras”, destinadas aos privilegiados que as podem adquirir e que formam a elite cultural e existem as obras “baratas e comuns”, destinadas à cultura de massas. Assim, em vez de garantir o mesmo direito a todos, a indústria cultural introduz uma divisão social entre a elite “culta” e a massa “inculta”, que se apresenta como um agregado sem forma, sem rosto, sem identidade e sem pleno direito à cultura. Em segundo lugar, porque cria a ilusão de que todos têm acesso aos mesmos bens culturais, de livre escolha por parte do individuo tal como acontece ao consumidor num supermercado. Em terceiro lugar, porque inventa uma figura chamada “espectador médio”, “ouvinte médio” e “leitor médio”, aos quais são atribuídas capacidades mentais médias, conhecimentos médios e gostos médios, oferecendo produtos culturais médios. E por último, porque define a cultura como lazer e entretenimento, diversão e distracção, de modo que tudo o que nas obras de arte e de pensamento é reflexo da sensibilidade, imaginação, inteligência, reflexão e crítica perdem o interesse, ou seja, não vende.
Para finalizar, saliento que a Indústria Cultural vende Cultura.
E para vendê-la, é necessário seduzir e agradar o consumidor, que por consequência,
não pode chocar, provocar, despertar o pensamento para informações novas que o perturbem,
procurando então devolver-lhe, com um “facelift”, aquilo que ele já sabe, já
viu e já fez.
Referências
Adorno. Theodor. Horkheimer, Mark. 1985. Dialética do Esclarecimento.
Tradução de Guido Antonio de Almeida, Rio de Janeiro, Zahar Editores.


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