Relatives in the Sky: Ciência e Arte
“Deus e o mundo são arte - arte é ciência e ciência é arte” (Joseph Beuys)
O fluxo conceptual que inunda os imediatos é pobre e ausente de verdade. Apesar de ao observador com embacio cultural, se demonstrarem como antagónicas ou até constantemente influenciadoras, escassa a intenção que ambas imprimem uma na outra - são parentes, iguais de génese e como qualquer parente, confundidas por semelhança extrema. Tem que se pensar na marca que ciência e arte sempre cruzam, vínculo do casamento último que interpreta estas áreas como sempre urgentes, sempre chapéus uma da outra. Investem os mesmos processos em paralelo, um contínuo exaustivo de investigação-criação-realização-proclamação-dúvida. Repensam os hábitos, as pessoas, os costumes e o passado não como pacientes passivos numa operação de extração egoísta, mas como agentes desafiadores de uma nova era da ideia. Ambas altruisticamente coadunam todos os pólos da vida, para os libertarem da velhice para uma nova vida. O material/is é/são o chão de terra que as permite avançar, base incalculável em plasticidade que serve para tudo - experimentação, renovação, observação. A criação, elo com o futuro, é o objeto das duas, a mesa-de-cabeceira com vida e desejo que permite o trabalho em que se empenham. E os seus atuantes partilham de sensibilidades muito próximas, veiculadas pelo propósito do público, da receção e da mística da expectativa e da liberdade.
Luz, tempo e espaço só são descritas com o timbre certo por dois funcionários: o cientista e o artista. São inculcadores de sentido aos próprios conceitos e expandem-nos até à percepção chã que o homem moderno pode ter sobre eles.
Em “Imaging and Imagining Space”, Pamela Bannos (artista) e Farhad Zadeh (astrofísico de observação) interceptam meta-resoluções e aproximações aos espaços celestes físicos ou imaginados. O trabalho de troca empírica e ficcional torna-se rico em entendimento mútuo. Com métodos e processos diferentes, a partilha revelou que a busca telescópica real e a criação artística do “what might be” revelaram resultados muito idênticos, tanto na concretização com na pesquisa.
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| Rodan Crater, 1979 - |




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