terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Alienação

  Já o meu pai dizia "se queremos perceber o presente, temos de olhar para o passado". A História tem uma tendência constante para se repetir e, consequentemente, o ser humano também repetidamente se mantém constante.
  Já em "O Trabalho Alienado" de Karl Marx, havia sido mencionado que o Homem tende a objetificar coisas de tal maneira que elas se tornam uma entidade independente, em vez de serem uma extensão sua. Foi inclusive dado como exemplo a religião, onde o Homem atribui tanto "a Deus" que já nada é um produto seu. Ora, se pensarmos bem, pouco ou nada mudou na nossa sociedade quanto a esse aspeto. Teimamos em querer "culpar" certos acontecimentos em qualquer coisa que não seja nós mesmos. Para que se perceba o que quero dizer, passo a dar um exemplo bastante irrelevante na grande escala das coisas, mas muito elucidativo no que toca a este assunto: astrologia. É algo que já existe na nossa sociedade há bastante tempo, foi criado pelo Homem, é suposto ser usado como algo que nos complementa, mas, com o passar do tempo, foi sendo banalizado de tal maneira que já se tornou algo "acima" de nós. Tal como na religião à pouco mencionada, onde se ouve coisas como "Deus quis que assim fosse", na astrologia também ouvimos algo semelhante (embora mais aplicado à sociedade de hoje) "a culpa de ser assim não é minha, é do meu signo". Parece ridículo, não é? Mas o ser humano parece querer insistir em manter tal comportamento, como se isso sim fosse algo que nos é inerente, alienar coisas que partiram de nós.
  No meu ponto de vista, o ser humano deveria olhar um bocadinho mais para o seu próprio umbigo, não no sentido a que estamos habituados a usar esta expressão, mas sim no sentido em que deveríamos deixar de atribuir certas consequências a supostas "entidades independentes", mas sim a nós mesmos, já que muito do que acontece na nossa sociedade hoje em dia é somente nossa criação.

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