terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Azul ou cor-de-rosa? talvez amarelo??

Talvez a primeira questão com que nos deparamos quando, inconscientemente, nos materializamos para esse mundo é “vai ser rapaz ou rapariga?” Uma pergunta obrigatória e aparentemente inofensiva que determina a nossa existência. Uma pergunta fatal que, mais do que indicadora do sexo, existe para determinar um conjunto fórmulas, pré-estabelecidas para a boa vivência do feto na sociedade a que se vai integrar. Destas apresenta se a mais inevitável, se vai vestir azul ou rosa. E daí o papel que terá futuramente. Ainda que esta ideia hegemónica esteja presente nos dias de hoje não seria verdadeira antes do século XX, onde as crianças vestiam-se de branco independentemente do seu sexo, curiosamente mais tarde algumas revistas americanas afirmavam que cor-de-rosa seria mais indicado para o rapaz.

“There has been a great diversity of opinion on the subject, but the generally accepted rule is pink for the boy and blue for the girl. The reason is that pink being a more decided and stronger color is more suitable for the boy, while blue, which is more delicate and dainty, is prettier for the girl.”
-Ladies Home Journal, 1918


Na década dos 30 o grupo nazi perseguiu homens e mulheres homossexuais, um número seletivo de homens gays foram mandados para campos de concentração sendo caracterizados por um triângulo cor-de-rosa no peito, ao fazer isso o grupo fez debilitar não só a homossexualidade como também a cor rosa em si. Talvez por isso, (ou talvez não) na década seguinte empresas dedicadas a marketing atribuíram arbitrariamente o azul para rapazes e o cor-de-rosa para raparigas, feito com um âmbito de separar o mercado e por isso lucrar mais. Arbitrário ou não, assim ficou solidificada a associação de cores a géneros, e se nos anos 70 houve uma tentativa de criar um mercado mais unissexo, foi abolido pela possibilidade de prevenir o sexo do bebé com imagens ultrassom. Estamos, no entanto, a aproximarmo-nos de uma outra fase iluminada dos anos 70 onde cada vez mais há uma perceção de que cores, e mesmo a forma do tecido em si, brinquedos… não estão associadas ao sexo e género da criança, aliás este medo de que a cor do bebé vai de alguma maneira condicionar o seu comportamento é lamentável, ignorante…  Não acho que haja qualquer coisa inerentemente má com a associação tradicional das cores, desde que esta não seja um impasse na criação do individuo, porque “at the end of the day” são só cores… 

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