quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Blow-Up (1996) de Michelangelo Antonioni

                                  
PLOT SUMMARY
A successful mod photographer in London whose world is bounded by fashion, pop music, marijuana, and easy sex, feels his life is boring and despairing. Then he meets a mysterious beauty, and also notices something frightfully suspicious on one of his photographs of her taken in a park. The fact that he may have photographed a murder does not occur to him until he studies and then blows up his negatives, uncovering details, blowing up smaller and smaller elements, and finally putting the puzzle together.



Michelangelo Antonioni, diretor italiano do filme Blow Up (1966), desafia o tradicional e cria peças mais sombrias e psicológicas. Ao narrar assuntos ligados à desumanização, à alienação social e ao tédio da classe média, Antonioni leva o espectador a envolver-se com as suas criações criando um contraste entre um sabor de grandiosidade e um pico de aflição. Elabora produções que excluem a ação em prol da contemplação, destacando o design e a imagem da narrativa.  
Blow-Up, de Michelangelo Antonioni é um filme divergente dos que costumo assistir. Não desvalorizando uma vez que, após o ter visto, posso assegurar que é impossível ser-lhe indiferente. 

Blow-Up é um marco na sociedade quanto ao nudismo no cinema e ao revelar da sexualidade. Criou uma certa agitação ao revelar um consumo de droga, sexo casual e nudismo feminino, sendo considerado o primeiro filme britânico a expor a nudez frontal total. Erótico, é uma peça que nos mostra Londres nos anos 60 de um modo completamente surreal mas ao mesmo tempo completamente real.

Ao longo do filme não pude deixar de reparar no quão interessantes eram as filmagens. Enquadramentos muito avançados para a época. Todo o filme é moderno tanto nas roupas e na maquilhagem como nas poses que as modelos realizam. Qualquer uma das fotografias tiradas se encaixa nas revistas de moda dos dias de hoje.

Thomas vive num mundo gracioso e alienado, vívido mas completamente vazio simultaneamente. É um fotógrafo que está constantemente a observar, apresentando então características de um “voyeur”. Raramente identificado pelo nome no filme, é desinteressado, hostil, indiferente. É um profissional bem-sucedido que apenas tem o controlo de si mesmo quando está com a sua câmara. Sem ela apresenta-se no seu ponto mais fraco e vulnerável.

Ao sair de uma loja de antiguidades entra dentro de um parque e repara num casal que andava a “passear”.  Começa a fotografá-los à medida que os segue. Tudo parecia bastante normal, as fotografias mostravam um casal a namorar num ambiente calmo e de harmonia com natureza  - o contrário das fotografias habituais de Thomas. Foi isso que o entusiasmou.

Observando ao detalhe as fotografias que tinha tirado e apercebendo-se do interesse que a senhora, após ter reparado que este os fotografava, tinha nas fotografias, Thomas notou algo de estranho.  Apercebe-se então que tinha fotografado uma possível cena de homicídio e ao ampliar as fotografias repara num cadáver de um homem.

Ao longo do filme, Thomas tenta perceber o que realmente aconteceu e o espectador também. Nada é desvendado e as respostas são nulas. Quem é aquele homem? Quem o matou? Porquê? Blow-Up é inconclusivo sobre o assunto o que nos leva a pensar que Michelangelo Antonioni não queria dar respostas de maneira a que cada pessoa tirasse a sua conclusão.

Mas afinal qual é o objetivo? Realmente não interessa se houve ou não um assassinato pois Michelangelo Antonioni quer apenas revelar um sentimento inexplicável. Nada faz sentido na vida e à medida que nos vamos aproximando da “verdade” tudo fica menos claro. 


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