terça-feira, 9 de janeiro de 2018






Dunkirk (2017), de Christopher Nolan, retrata um dos momentos mais marcantes da II Guerra Mundial. O filme oferece-nos três pontos de vista – terra, mar e ar – dramatizando o sufoco imposto pelo exército alemão aquando da Operação Dynamo levada a cabo pelos ingleses, franceses e belgas que foram encurralados entre a aldeia e o mar da praia de Dunkirk. Nos primeiros frames imergimos na personagem de Tommy jovem soldado inglês, dirige-se para praia onde o seu exército recebe apoio dos barcos civis e militares convocados por Churchill para retirar de lá o seu exército.


No mar, seguimos Mr. Dawson que perdeu o seu filho no campo de batalha e salva um náufrago de um navio militar inglês. Pelo ar, Collins e Farrier são dois ousados pilotos que fazem frente aos ataques dos alemães. Em terra, seguimos Tommy e os aliados a quem se vai juntando, com o intuito de sobreviver.
Estas são as três vistas que o filme de Nolan, nos dá a conhecer e convida a imergir, três vistas que representam a sobrevivência, cruzando-se de forma ininterrupta, quebrando o tempo e cruzando-se nas ações, pois “entramos na batalha” durante uma semana tempo em que os ingleses esperam para ser evacuados; navegamos durante um dia, o necessário para avançar de Inglaterra a França; e voamos durante uma hora, o período suficiente para os pilotos ficaram sem combustível, fazendo-nos convergir por segundos com uma praia deserta ao longo do desenrolar do filme.







Nolan e a sua mestria, consegue através das camadas e técnicas fazer transcender a emoção de uma história, consegue transporta-nos para um raide aéreo filmado de forma única; a corrida de dois homens para entrar num navio que vai partir faz-nos “correr” e sentir aquele frenesim de chegar e perder. Mais uma vez, tal como já nos habituo o realizador o rigor histórico e a intensidade da guerra faz-nos respirar afogadamente e transpirar como se lá estivéssemos, é um filme único e real.


Enquanto espectador, sou um consumidor de difícil satisfação e exigente com aquilo que assisto. Procuro ao máximo fugir á “Indústria Cultural” que defende Adorno Horkheimer, não me deixando levar pelos desejos da indústria, mas na verdade ao visualizar este filme acabei por “cair nas teias” da indústria que atua nos bastidores dos filmes de Hollywood.




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