Dunkirk (2017), de
Christopher Nolan, retrata um dos momentos mais marcantes da II Guerra Mundial.
O filme oferece-nos três pontos de vista – terra, mar e ar – dramatizando o
sufoco imposto pelo exército alemão aquando da Operação Dynamo levada a cabo
pelos ingleses, franceses e belgas que foram encurralados entre a aldeia e o mar
da praia de Dunkirk. Nos primeiros frames
imergimos na personagem de Tommy jovem soldado inglês, dirige-se para praia
onde o seu exército recebe apoio dos barcos civis e militares convocados por
Churchill para retirar de lá o seu exército.
No mar, seguimos Mr. Dawson que perdeu o seu filho no campo de batalha e salva
um náufrago de um navio militar inglês. Pelo ar, Collins e Farrier são dois ousados
pilotos que fazem frente aos ataques dos alemães. Em terra, seguimos Tommy e os
aliados a quem se vai juntando, com o intuito de sobreviver.
Estas são as três vistas que o filme de Nolan, nos dá a conhecer e convida a imergir,
três vistas que representam a sobrevivência, cruzando-se de forma ininterrupta,
quebrando o tempo e cruzando-se nas ações, pois “entramos na batalha” durante
uma semana tempo em que os ingleses esperam para ser evacuados; navegamos durante
um dia, o necessário para avançar de Inglaterra a França; e voamos durante uma
hora, o período suficiente para os pilotos ficaram sem combustível, fazendo-nos
convergir por segundos com uma praia deserta ao longo do desenrolar do filme.
Nolan e a sua mestria, consegue através das camadas e técnicas fazer
transcender a emoção de uma história, consegue transporta-nos para um raide aéreo
filmado de forma única; a corrida de dois homens para entrar num navio que vai
partir faz-nos “correr” e sentir aquele frenesim de chegar e perder. Mais uma
vez, tal como já nos habituo o realizador o rigor histórico e a intensidade da
guerra faz-nos respirar afogadamente e transpirar como se lá estivéssemos, é um
filme único e real.
Enquanto espectador, sou um consumidor de difícil satisfação
e exigente com aquilo que assisto. Procuro ao máximo fugir á “Indústria
Cultural” que defende Adorno Horkheimer, não me deixando levar pelos desejos da
indústria, mas na verdade ao visualizar este filme acabei por “cair nas teias”
da indústria que atua nos bastidores dos filmes de Hollywood.


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