terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Fronteira do Orientalismo

O termo orientalismo tem vindo a crescer como uma maneira de descrever ou até justificar imitações de culturas provindas do Oriente (médio oriente e Ásia). A utilização de tal termo pode ser encontrada desde a literatura, artes plásticas e até mesmo na música. Após a publicação do livro “Orientalismo”, de Edward Said em 1978 a palavra ganhou um novo significado, sendo este a generalização condescendente dos povos orientais. Na sua análise, Said refere-se à cultura oriental como subdesenvolvida, do ponto de vista do Ocidente, sendo assim fabricadas ideias de que este povo pode ser estudado e por sua vez reproduzido. Implícita nesta fabricação, está a ideia de desenvolvimento, flexibilidade e superioridade em comparação com o Oriente.

O interesse pelo orientalismo começou a manifestar-se mais no século XIX. À medida que revolução industrial e facilidade para nos movimentarmos foi aumentando, tornava-se cada vez mais frequente e evidente as influências orientais, como nas obras de Monet e Degas que “reciclavam” o estilo japonês no ramo da pintura. Na cultura pop ocidental, muitas foram as influências do orientalismo, desde literatura até à industria cinematográfica de Hollywood como por exemplo nos filmes de Indiana Jones em que o herói é representado como um homem ocidental e o vilão como oriental.

Muito do que Said afirma sobre a marca que o orientalismo tem na cultura ocidental é descrito como modas, estas que provêm de artistas e escritores orientais que acabam por influenciar ocidentais. No século XX esta diferenciação já não é tão presente devido à facilidade no acesso que temos de obras, quer sejam elas ocidentais ou orientais. Estas influencias acabam por já não ser tão relevantes, acabam por se perder na vastidão de informação que cada indivíduo está sujeito diariamente, abafando cada vez mais ao longo do tempo, a distinção entre culturas.


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